Parto Natural
Parto Natural é aquele que acontece e se desenvolve de forma espontânea e não medicalizada, podendo por isso também ser chamado de Parto Fisiológico.
À semelhança do que acontece com as fêmeas de outras espécies, também a mulher nasce com a capacidade de gerar e parir outros seres vivos, tendo se encarregado a natureza de fazer com que os bebés humanos nascessem mais cedo (e por isso também mais dependentes de cuidados maternos) à medida que os seus cérebros foram ficando maiores. Desta forma foi possivel que a espécie humana não se extinguisse, mantendo-se o ciclo de nascimentos de Homens do ventre e vaginas de mulheres.
A fisiologia do parto obedece a padrões organicos inter-relacionais complexos e espantosamente lógicos. Ligados por um cordão umbilical, mãe e bebé comunicam entre si, de tal forma que, em gravidezes de baixo risco, é o bebé que dá o sinal ao corpo da mãe para iniciar o processo de parto. A partir daí, e desde que a mulher se sinta segura, confortável, respeitada e não observada, o seu corpo passa a agir fora do controle de uma actividade mental consciente e racional, procurando as posições melhores e mais confortáveis (que raras vezes é a postição deitada). Desconforto, dor ou mesmo dor muito intensa podem acontecer, resultado das poderosas contracções uterinas que fazem com que aos poucos, a um ritmo possivel de ser tolerado pelo bebé, o colo do útero abra, permitindo o nascimento do novo ser. No entanto, existe um sistema interno de encaixe perfeito, que permite ao mesmo tempo que as contracções acontecem seja libertada uma substância que impede que a sensação de dor seja intolerável e contraproducente.... tudo tem uma razão de ser. Se interferirmos neste incrível equilíbrio natural, o organismo já não responde da mesma forma!
Existem então diversos aspectos a ter em consideração: aspectos orgânicos, aspectos ambientais e, porque somos seres sociais com um cérebro racional, aspectos psicológicos e sociais. Estes são aspectos muito importantes no trabalho de preparação da mulher e do casal para o nascimento do seu filho, de forma a conseguirem uma vivencia de parto mais plena e satisfatória, menos traumática, mais saudável, responsável e participativa.
Ter um parto natural num hospital é possivel, mas não é o que acontece (ainda) na generalidade dos casos. Por ser este um tema de prioridade na defesa da saúde materna e infantil, a Organização Mundial de Saúde publicou um documento (disponível neste site) onde são relatadas as práticas prejudiciais, as que devem ser evitadas e as altamente recomendadas, para o atendimento hospitalar da mulher grávida e em trabalho de parto. Nesse documento é evidente a necessidade de se resgatar o respeito pelos processos naturais fisiológicos e pela individualidade da mulher, associado a uma observação técnica cuidadosa mas paciente do processo de cada parto.